o altar
sou sozinho
nada devo cobrar dos outros
enxugo meus descaminhos
numa folha de papel
amasso meu desconforto
no meio do pano de prato
já assinei meu contrato
com o fulcro na solidão
carimbo e selos na mão
sou sozinho
que nem o pedaço de sabão
sobre o lavatório do banheiro
vou e abro o chuveiro
deixo de lado o roupão
me escondo no meu pergaminho
onde encontro a amplidão
da mesa da sala de estar
me imolo naquele altar
Rio, 30/09/2006