O CANTO DO ROUXINOL

O CANTO DO ROUXINOL

Descalço, ao caminhar pela grama fria e úmida.

Sensações de bem estar me envolvem por completo.

Um grupo de amigos sentados nas raízes de grande e frondosa árvore.

Sussurram: _ Seja bem vindo – Respondo com um olhar de agradecimento.

Ao me sentar sobre a relva e cruzar as pernas, a árvore balançou levemente seus ramos.

Como a me cumprimentar.

Estávamos todos ali para ouvir o canto dos pássaros e contemplar o amanhecer.

A noite na sua despedida, nos brinda com terna e suave brisa.

No horizonte os primeiros raios do astro rei, transformam o firmamento num quadro de cores indefiníveis de estonteante beleza.

Os pássaros aumentam o seu canto fazendo uma algazarra ensurdecedora e encantadora.

Momentos em que ficamos em profundo silencio, estáticos.

Totalmente concentrados na felicidade que desperta em nós, este quadro de beleza indescritível.

No meio dos cantos das variadas aves.

Um cântico de notas perfeitas, se destaca.

O jovem especialista ornitólogo sussurra nos explicando:

_ São casais de rouxinóis iniciando o cântico de louvor ao Criador. –

Marta, a mulher iluminada com voz de infinito carinho, pede:

_ Áurea, minha filha adorada... você pode traduzir para nós

Este cântico dos rouxinóis em louvor ao criador? _

A menina anjo, que sabe a linguagem de todos os reinos da natureza.

Com sorriso angelical. Se levanta, se posiciona em frente ao primeiro raio solar.

Ela abre os braços, como a abraçar o mundo, seu vestido que a cobre do pescoço aos pés.

Fica esvoaçando diante da brisa suave.

Ficamos assombrados com esta imagem de beleza Divina.

A luz solar ainda fraca no seu esplendor a envolve.

Seu corpo brilha mostrando as cores intensas e brilhantes da sua aura.

Sentimos como se estivéssemos diante de uma Deusa.

Com voz tocada de emoção e perfeita tonalidade.

Ela traduz o canto dos rouxinóis....

_ Magnífico... Magnífico... Magnífico

Sagrado... sagrado... sagrado...

Teu nome... teu nome... teu nome...

Pai ... Pai... Pai ...Pai ... Pai... pai..

De todos seres...

Amor ... que nos dá vida...

Diante da expressão máxima para nós, do seu amor...

O sol bendito, que a tudo ilumina e alimenta.

Vida neste mundo abençoado...

Viemos te louvar e agradecer...

Agradecer e agradecer...

Ao alimento que nos dá.

A oportunidade de cantar... cantar... cantar..

Te reverenciamos..

Oh.. Pai.. Pai... Pai.. Pai.. Pai.. Pai... –

Inexplicavelmente, uma força de profunda reverencia nos levou a ficar de joelhos com os braços cruzados sobre o tórax, a mão direita sobre a mão esquerda

Nenhum componente do grupo emite nem um som.

Impossível até chorar

Com a respiração quase suspensa ficamos em estado de choque.

Tal, a emoção Divina do momento.

Áurea parou de repetir o emocionante cântico.

Os amigos me endereçaram olhares carinhosos se despedindo.

A menina Deusa se aproximou de mim. Beijou-me.

E disse em voz de ternura intensa...

Leve todo o amor deste instante...

Que as energias do pai celeste ermanadas pelos pássaros permaneçam em você..

Senti a triste sensação da despedida, em vão tentei lutar.

Ao longe, o alarme do celular tocou.

Acordei...

Imediatamente desliguei o despertador.

Abracei o meu corpo.

Procurando reter em mim todas as emoções Divinas.

No meu cérebro e coração.