Avareza condenada

Avareza condenada

Muitas vezes me estranho

Penso, repenso, sobrepenso,

Minha curta vida, sem tamanho,

Talvez de um recém nascido propenso,

Ao precoce arrependimento de ser,

Viver, sorrindo sem sorrir, surdo.

Porém consigo ouvir e perceber

E não tenho nada, da vida sou curdo,

Sou pago pelo que faço, gostando ou não,

Recebo mercenário e cobro mais,

Almejando a alta sociedade, galardão,

Querendo somente ser "um dos tais"

Aqueles magnatas... Não podem comprar

Felicidade, sorrisos, dádiva dos "simples gentis"

Singelos mortais que não se podem comparar

Às Feras, esses incontidos animais viris

Submetendo-se ao consumo, à luxúria

Cheios de armação, "tudo sempre no esquema".

Inaptos aos céus, contra eles haverá fúria

Desses (de mim talvez?) O Criador não terá pena.

Miguel Fernandes Capucci

LEAFAR
Enviado por LEAFAR em 10/09/2010
Código do texto: T2488849
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