Avareza condenada
Avareza condenada
Muitas vezes me estranho
Penso, repenso, sobrepenso,
Minha curta vida, sem tamanho,
Talvez de um recém nascido propenso,
Ao precoce arrependimento de ser,
Viver, sorrindo sem sorrir, surdo.
Porém consigo ouvir e perceber
E não tenho nada, da vida sou curdo,
Sou pago pelo que faço, gostando ou não,
Recebo mercenário e cobro mais,
Almejando a alta sociedade, galardão,
Querendo somente ser "um dos tais"
Aqueles magnatas... Não podem comprar
Felicidade, sorrisos, dádiva dos "simples gentis"
Singelos mortais que não se podem comparar
Às Feras, esses incontidos animais viris
Submetendo-se ao consumo, à luxúria
Cheios de armação, "tudo sempre no esquema".
Inaptos aos céus, contra eles haverá fúria
Desses (de mim talvez?) O Criador não terá pena.
Miguel Fernandes Capucci