FORÇA LUZENTE

Que não se calem os silêncios que me falam

Em palavras sonantes que não digo

Onde as minhas mãos predestinadas, embalam

Traindo os segredos que trago comigo.

Que não se vá esta força luzente

Que me despe das vestes onde me escondo

E pondo a nu, o que não olho de frente

Me expõe a verdade sobre a qual, tombo.

Que não se extinga a penumbra da noite

Nem a lua, as estrelas, no céu gravadas.

Nem o deslizar das nuvens que num açoite

Enchem a minha noite de cores ensolaradas.

Que não se perca em mim por mais que doa

O saber abraçar tudo o que magoa

Ou a capacidade de verter uma lágrima contida.

Que não se perca em mim a vontade de sorrir

De olhar o sol, de amar, ou apenar ir

À luta, em todas as curvas da vida.

Dulce Gomes