OCASO DA VIDA
OCASO DA VIDA
Iran Di Valença
Pelo reflexo do espelho observo o fenecer
Da flor da vida, com as curvas murchando,
Os poros segregando azedos odores,
A força da libido do amor se esgotando,
A mente perdendo o poder de reter,
Porém, o espírito com vida eterna
Não deixa a esperança morrer.
A vida aos poucos perde sua poesia,
Sonhos se perdem na nuvem da memória,
As forças físicas se enfraquecem,
O amor do próximo envelhece,
Não é a efemeridade da vida que eu queria.
Contudo, esperança não fenece,
Não sofre os rigores do corpo carnal.
Pelo contrário, ela se engrandece.
Redimida de algumas dívidas carnais
Espera adentrar no Lar Divino
Lugar aonde o Amor do Pai aquece.