ENERGÚMENOS

Nós, que meros macacos recentes

Párias do acaso possuídos

Energúmenos seres sem alma

Traidores do amor e de si mesmos.

Nós, que hipócritas lisonjeiros

Atados à ignomínia e à mentira

E aos desejos e instintos animais.

Nós, que perdidos,... sem sentidos,

Como cegos na noite primordial

Incapazes e limitados ao tato vago

Do que nos é permitido compreender...

Fomos, mesmo que vis, desprezíveis,

Premiados com um paraíso perdido

Na imensidão do Vácuo Infinito.

Nós, que destruímos este mundo

Nós, que não percebemos do céu

Nenhum vislumbre alentador,

Do futuro temerosos...

Insensatos,...

Matamos a vida, da natureza a flor

Desumanos, infiéis, deturpadores,

Insanos como o vírus devastador.

O que restará de nós no fim?

A poeira que o tempo não dissipa?

Uma vergonha e arrependimentos infinitos?

Daniel Amaral

12-06-2010

Daniel Amaral
Enviado por Daniel Amaral em 18/08/2010
Reeditado em 07/05/2012
Código do texto: T2444730
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