ESSE NÃO É MEU MUNDO NEM O SEU NEM DOS JUSTOS.

Ó mundo! Meu mundo!

Nas ruas o som dos gritos

Folheados na angustia profunda

A sombra da morte ri divertida.

Gente sem nome mal vestida

Garrafa de pet cheia de pinga

Homens e mulheres perdidas

Na incerteza de uma nova vida.

Praças lotadas de gente invisível

Gente tombada embriagada no chão

Gente que devia ser gente na vida

Esquecida, caminhando sem direção.

Até parece coisas do outro mundo

Tanta luxuria no mesmo chão

Tanto ti-ti na mídia, contudo,

A vergonha mancha a nação.

Zumbis! Verdadeiros zumbis!

No meu mundo no seu meu amigo

Gente de carne gente sem vida

Gente da gente de alma ferida.

Lamentos, eterno vendaval

Varrendo vida me diga tem sentido!

Na luxuria excêntrica da sociedade

Vendendo luxo ante a miséria maldita.

Caminhos venturosos são mostrados

Comerciais caríssimos bem transados

Não condiz com as praças em sua realidade

Apinhada de gente morrendo de graça.

Ó mundo! Meu mundo!

Templo dos espertos trajados de anjos

Fechando os olhos diante de dos nus

Voando sem asas nas noites de solidão.

Fome! Muita fome de amor e inspiração.

Pelas as almas tombadas no ruge-ruge das cidades

Pelos zumbis, velhos, crianças clamando por pão

Esquecidos esperando a morte chegar a cavalo.

Dores, minhas suas, dores perdidas.

No silencio das autoridades e políticos

Assistindo de camarotes a ceifa de vida

Nas ruas tácitas dos centros ricos.

Até quando! Até quando! Vamos assistir.

Gente sofrendo, gente caindo e morrendo

Gente da gente, caminhando sem sentido.

No descaso social na sociedade presente.

Meu mundo! Brasil, pátria da pirataria,

Piratas políticos, banqueiros, latifundiários,

Comerciantes desonestos, gente ativa bandida,

Levando vantagens, matando almas...

“esse não meu mundo nem o seu nem dos justos”.

Luiz Gonzaga Bezerra