Envelhecer poético *(marcado para morrer)*

Na estrada de chão batido,

Do campo outrora florido,

Sussurra por entre os ramagens

A verdade de um vento incontido.

O poeta nos olhos brilhantes,

Imensa emoção mareja,

Seus finos fios de seda

A mão do tempo branqueja.

Galhos soltos e folhas secas,

Arrastados à sua sorte,

Estalam e marcam caminho,

Enfeitam a vida com a morte.

O eterno é somente uma palavra,

Perdida em sonhos queridos,

No meio do ciclo são um,

O fim e o princípio unidos.

A face serena e sofrida,

O peito, de sentir, rebentado,

O fim chega certeiro

Ao prazer recém começado.

Esquecido que fica do tempo,

Perdido em idílio acanhado,

O coração leva agradecida, a alma alegre,

De ter vivido e amado.

Marcelo FAS
Enviado por Marcelo FAS em 08/08/2010
Reeditado em 30/09/2016
Código do texto: T2425325
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