Envelhecer poético *(marcado para morrer)*
Na estrada de chão batido,
Do campo outrora florido,
Sussurra por entre os ramagens
A verdade de um vento incontido.
O poeta nos olhos brilhantes,
Imensa emoção mareja,
Seus finos fios de seda
A mão do tempo branqueja.
Galhos soltos e folhas secas,
Arrastados à sua sorte,
Estalam e marcam caminho,
Enfeitam a vida com a morte.
O eterno é somente uma palavra,
Perdida em sonhos queridos,
No meio do ciclo são um,
O fim e o princípio unidos.
A face serena e sofrida,
O peito, de sentir, rebentado,
O fim chega certeiro
Ao prazer recém começado.
Esquecido que fica do tempo,
Perdido em idílio acanhado,
O coração leva agradecida, a alma alegre,
De ter vivido e amado.