Desaparecerei Tão Somente

Desaparecerei junto aos ventos da boa aventurança, serei levado por companheiros queridos, os quais suas ausências doeram voraz, regressarei ao lar informando as mudanças de minha labutante alma, ouvirei os sermãos do que não fui capaz;

Ao lembrarem de mim, relembrem o meu sorriso, o meu olhar um pouco aflito em não conseguir mudar mais, estarão vocês sempre comigo, agradeço aos inimigos, que me ensinaram a tolerância e me tornaram muito mais sagaz;

Não murmurem remotas lembranças, minha pútrefa carcaça fétida herança, doada aos vermes não estou por lá mais, me encontrarão nos pingos da suave chuva que floresce as mais singelas mudas, na alegria da reconciliação aflita, nos amores sem despedida, no calor de um abraço que avisa que o carinho é salutar por demais, no perdão que sossega e alivia uma errante alma aflita que se erra tem na lição o capataz, na caridade solidariedade viva, não chorem sorriam e vivam em paz;

Desaparecerei tão somente, não estarei visível, caminharei muito mais tranquilo se tiverem a ciência do que digo, cruzei uma ponte a procura de outros abrigos, o caminhar necessário desígnio,porém, estarei presente sorrindo quando seus corações menos aflitos cultivarem o amor que não jaz.
O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 07/08/2010
Reeditado em 17/11/2015
Código do texto: T2424965
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.