Meu Fardo
Fui dormir com a mente tranqüila
Estava frio, chovia...
Lá pelas tantas, num sono arredio,
O pensamento saiu.
Ao meu lado, um pesado fardo...
Acordei!
De repente, sonhei!
Um sonho estranho tomou-me:
Lá estava o pesado fardo!
Eu sentia, não via!
Mas era uma coisa estranha
Tamanha a ânsia...
E com instância, insone, acordei.
Com a mente ainda demente
Sosseguei. Mas fui voando, voando...
E num piscar d’olhos, os dentes
Trancados, o corpo suado...
Lá estava o meu fardo!
Mas foi voando, voando... quando,
De repente, à minha frente...
O fardo, cansado, parado, olhando...
Eu estava orando, baixinho!
Aí, ele saiu de fininho, amuado.
Deixou-me de lado.
Já era manhã.