Sepúlcro

Vitoria, 24 de Março de 2007: 08: 59.

No jardim do esquecimento

Dançavam miasmas de mármores

Entre flancos perdidos

Esculpi lembranças vividas

Em preto e branco

Um litoral de desejos,

Sem cor, sem cheiro

Sem sombras, nem lágrimas

Cem palavras vagas

No jardim marmóreo

Sem vida, sem nada

Entre cinzas esquecidas

O vento grita: Adeus!

E eu sou mais ateu

Em ti, em mim, em nós

O que de fato irá nos salvar?

A doce bondade esquecida?

O mal, feito para o nosso bem?

O medo da perfeição?

A vaidade nossa sagrada a cada dia?

No jardim do esquecimento

Borboletas dançam sob a luz

E o céu é mais anil,

Mas anil é anil, mais anil

No jardim do esquecimento

O amor encontra o perdão