O RETORNO
Tudo começou com o abrir dos olhos,
o rodopio do meu globo avistou pessoas atentas,
na janela à direita, o sol me insinua uma vitória aos meus sonhos
que teimavam em me manter ao relento com a lua e suas emendas.
Tudo começou no desabrochar de minha audição,
eram ruídos no começo com fragmentos a se conectar,
mistura do canto dos pássaros e o som da porta a mostrar,
uma linda e eterna poesia em forma de mulher com sua voz a me acariciar.
Tudo começou na doce e suave rosa a aspirar,
colacada, sem espinhos, em cima do meu coração, como num altar,
como uma forma de metáfora:
um amante à beleza, porém, sem formas de proteger o seu amar.
E num momento frio como o rígido inverno de Paris,
chega a hora que tudo fica morno,
o sol perde o seu brilho, meu ouvido perde sua função,
e minha respiração os acompanha tão breve quanto o meu retorno.