PEDISTE-ME

A Taizé, ao fim de um sonho

Foi bom enquanto durou

Poema escrito estando eu mergulhado nas trevas

PEDISTE-ME

Para entrar

No teu Reino

Na tua igreja

Sem sequer eu autorizar

Navego no meio das trevas

O meu mau elemento

Sem saber

Se tal

É o meu lugar

Pediste-me

Numa altura

Da mais pura intolerância

Os outros não me compreendem

Eu não compreendo os outros

Mas não sei

Se tal

Ao fim ao cabo

Tem real importância

Pediste-me

Amor

Quando no meu coração

Habita

A pior das dores

Pois amor

Sinto por alguém

Que tenho um medo de morte

De perder

Pois Ela

Por mim

Pelos demónios que me consomem

Que me poderão levar

Para sempre

Para longe dela

Por tudo

Por nada

Porque sou um anjo

Diabólico

Porque

Me fizeste assim

Pediste-me

José Miguel Gomes

Último poema para Taizé

França

20 de Agosto

23:45h

(Sábado)