Morada
Que a dádiva da vida perdoe a minha ignorância
Tende repúdio das hipocrisias
E justa causa das minhas faltas.
Vida, tende piedade da minha inconstância
E faça prevalecer a lei da igualdade
Minha cegueira é vã
Minhas verdades não estão nuas
Meus braços estão abertos ao que convém
Para abraços que provém...
Minha carne é fraca
Minhas mentiras não estão sozinhas
Mas meu peito está aberto à quem:
Cujo corações ceiam pelo bem...
No fim, sou pagã da inevitável sabedoria.
Vida, dádiva divina...
Quero de ti a constante presença dentro de mim
Creio em ti e a ti confio a alma
Quão latente é a tua verdade
Quão soberana a tua justiça.
Rogo a ti pela minha decência perante a fé
Que sejas dada à palmatória
A minha essência pela tua gloriosa existência.
Nada mais suplico,
Além da tua morada, vida divina...