A evolução humana
Sou, as vezes,
o que fui ontem,
anteontem,
e bem antes, até.
Vou lapidando-me, pois,
como pedra rudimentar,
devo me aperfeiçoar,
como autor que caça infinitamente
a palavra desejada.
Que razão me traz a lembrança?
A de puder, a cada segundo, ser um tanto
quanto mais amoroso -
e mais concreto -
com aquilo que, por vezes, temo:
que é a ideia entregar-me às pessoas
(Ser um com todos;
e todos um, comigo).
Sou, enfim, a construção mecânica que acontece a cada momento.
E é isso que me traz afabilidade:
Saber que agora
sou melhor que outrora.