SUPERSTIÇÃO

Queria entender esse mistério humano,
Essa necessidade de ser crédulo sempre,
E mesmo sendo é tão ambíguo, volátil,
Uma só fé não lhe basta, quer bem mais.

Já temos o dogma da religião, tão diversa,
Alimentamo-nos das culturas localizadas,
Dos hábitos, das lendas, folclore, tradições,
Somado às vontades, manias e impulsos.

Que tantos mistérios afagam diversa fé,
Extrapolando, tantas vezes, o próprio senso,
Que até os mais sábios transcendem o saber,
Cultivando desvios da religiosidade sã.

E assim se vai acumulado crendices mil,
Fé e medo fundamentado nos presságios,
Subtraído de meros ocorridos fortuitos,
Transformando lógica e senso em superstições.