Espírito de ávila

Espírito de ávila

O meu amor por ti, ó flor, é como o da ave branca,

É como o da fragrância no seu corpo em fogo;

É como o inexprimível ato de romper o sentido leve

Da compaixão do seu espinho à beleza do seu caule.

Não sou a brisa e nem sou o ar, mas sou os olhos

Que te almeja, quem te espalha em visão ao mundo,

Por a lealdade do seu amor ao sol, a vida, e a morte.

Assim amo-te, ó flor, por as verdades da sua alma...

Assim amo-te dentro das pragas dos teus açoites,

Na areia fina onde cobras enfeitam a sua imagem,

Nas rochas onde és perfeição sobre as fendas negras,

E no acaso onde poucos encontrarão a sua calma...

Mesmo amo-te no saber do teu fadário sobre mim

Mesmo amo-te no saber do seu corpo sobre meu corpo,

Na ciência que enfeitarás o meu peito frio sob a terra,

E sobre as lágrimas e risos dos corações da verdade.

(Poeta- Dolandmay)

Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 20/04/2010
Reeditado em 23/04/2010
Código do texto: T2208761
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