Missão
Missão
Marcos Moreno / Ibitinga
Eu vi na beira da estrada
uma mulher desesperada
acenando com as mãos
Parecia um tanto assustada
disse ter sido assaltada
e clamava por proteção
Eu também fiquei assustado
olhava pra todo lado
com medo de alguma armação
O seu semblante era sofrido
contou que o seu marido
precisava de atenção
Falou que naquele dia
foi receber aposentadoria
comprar remédio, arroz e feijão
Com o retorno estava preocupada
quando de repente, do nada
apareceu o tal do ladrão
A sua história fiquei ouvindo
nada ela estava pedindo
somente aliviar o seu coração
Fiquei com pena dessa coitada
segui com ela pela estrada
até chegar na sua casa e então
Ao adentrar eu tive a certeza
em meio àquela pobreza
um homem deitado num colchão
Pedia água, estava angustiado
era terrível o seu estado
dava pena de ver a situação
Fui correndo até a cozinha
trouxe pra ele água fresquinha
olhos perdidos na imensidão
Na beira da cama vi um retrato
eu disse pra ele que de fato
a esposa dele tinha razão
Nessa hora ele falou-me assim
Depois que Deus a levou de mim
acabou de vez a minha inspiração
E não sentindo mais prazer nessa vida
depois que perdi a esposa querida
nunca mais eu tive ilusão
Corri pra fora e olhei no quintal
daquela mulher não vi nenhum sinal
compreendi qual foi a sua intenção
Ela só veio para ajudar o seu marido
na realidade ela já tinha morrido
e eu fazia parte daquela missão.!
Missão
Marcos Moreno / Ibitinga
Poesia protegida pela Lei nº 9610 de 19.02.98
Registro nº 452.726 – EDA / BN