MÚLTIPLO DE UM

Não sou um, nem duplo...

Pulo para o múltiplo

E circunstancial.

Sou camadas que se descascam

Para chegar ao princípio.

Eu sou o ser original!

Se no céu sou um, na terra outro

Pouco falta para não estar

Em nenhum lugar...

Isto é testamental!

Vivo conforme a rotina

Que não me tira do profano

Nem me leva ao sagrado...

Sou muito desigual!

Sou criatura e criador de mundos

Fundamento princípios e descumpro

Por mandamento pessoal.

Já me fiz de vítima, crucifiquei-me

Fui carrasco, anjo de maldade...

Sou poeta, afinal!

Sou a somatória de fatores divinos e humanos;

Caminhando em luz e na escuridão

Sou pó e ao mesmo tempo, colossal.

Sou corpo, alma, espírito e o desconhecido

Pois não sei nem metade de mim...

Ainda afirmo ser racional.

Tenho infinitas possibilidades

Passando por todas as idades

Sou princípio e meio...

Buscando ser arte final.

Um diamante bruto tem pouco brilho

Somente ganha luz, depois de multifacetado.

Assim, caminho...

Sendo lapidado pelo amor universal.

Janete do Carmo
Enviado por Janete do Carmo em 19/04/2010
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