MÚLTIPLO DE UM
Não sou um, nem duplo...
Pulo para o múltiplo
E circunstancial.
Sou camadas que se descascam
Para chegar ao princípio.
Eu sou o ser original!
Se no céu sou um, na terra outro
Pouco falta para não estar
Em nenhum lugar...
Isto é testamental!
Vivo conforme a rotina
Que não me tira do profano
Nem me leva ao sagrado...
Sou muito desigual!
Sou criatura e criador de mundos
Fundamento princípios e descumpro
Por mandamento pessoal.
Já me fiz de vítima, crucifiquei-me
Fui carrasco, anjo de maldade...
Sou poeta, afinal!
Sou a somatória de fatores divinos e humanos;
Caminhando em luz e na escuridão
Sou pó e ao mesmo tempo, colossal.
Sou corpo, alma, espírito e o desconhecido
Pois não sei nem metade de mim...
Ainda afirmo ser racional.
Tenho infinitas possibilidades
Passando por todas as idades
Sou princípio e meio...
Buscando ser arte final.
Um diamante bruto tem pouco brilho
Somente ganha luz, depois de multifacetado.
Assim, caminho...
Sendo lapidado pelo amor universal.