FIM DO ESPETÁCULO

Noite fria, noite de espetáculo,

Aconchegado num casaco de pele

Saio para assistir no teatro

A peça final da vida tão singela.

A lotação do teatro está no limite

Chego com o ingresso nas mãos, entro!

É gentee gente nas cadeiras em filas

Atentos, até mesmo, nos fios do vento,

Que tocam nossas faces frias.

As cortinas se abrem e os artistas

Surgem numa cachoeira de fumaça anil

Sorrindo pintados e felizes

Falando do tempo e da vida.

Seus corpos vestidos de negro

Dobram-se a cada passo e no giro

Do bailarino sapateando perfeito

No palco imprevisível da vida.

Atento! Olho tudo com leveza...

As pessoas tácitas perdidas

Nos atos aureolados de sonhos e belezas

Indo e vindo no palco místico da vida.

No som musical o encanto de quem sonha

Vendo-se adejando na paixão de viver

Vestindo-se de cores exuberantes

Vivenciando o espetáculo com prazer.

Nos corações o sonho ali amarrado

Arquivados, aptos a se renovarem...

No toque sublime que suscita da alma

No alvor de cada fim de madrugada.

Tácito! Fecho os olhos veja mil imagens,

Passando na mente todas apressadas

Nas telas do tempo apensas a alma

O desejo de viver sonhar e amar.

É hora de voltar a nobre realidade

De viver entre risos e lagrimas

De sentir que chegou a hora real

De escrever: É FIM DO ESPETÁCULO.

luizpoetista
Enviado por luizpoetista em 12/03/2010
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