Tributo a um Amigo
Foi final de dezembro,
logo depois do natal,
até hoje eu bem lembro,
sua visita cordial.
No seu bom palavreado,
sutilmente indagou:
no gabinete não entrado?
Quando ele governador.
Um pouco, até sorriu,
da resposta que eu dei:
se a porta não se abriu,
por isso não adentrei.
Eu ir onde for chamado,
minha mãe me ensinou,
se jamais fui convidado;
meus pés, lá nunca entrou.
Dia quinze de fevereiro,
no nosso lar retornou,
dizendo esta matreiro,
com quem o abandonou.
Parecendo bem revoltado,
do passado relembrou,
quando era procurado,
pedidos nunca negou.
Que vivia encabrunhado,
com tamanha apatia
muito decepcionado,
era como se sentia.
Dizia está carecendo,
sem ter a quem procurar,
pois estava mui sofrendo,
veio a mim, desabafar.
Onde estão seus camaradas?
De pronto lhe perguntei:
− Hoje pagina virada,
com jeitinho me afastei.
Quando chego junto deles,
eu sinto não ser notado.
− Refere-se a aqueles,
alguns seus apadrinhados?
Faz parte da nossa vida
logo bem devia saber,
o sofrimento, a lida,
depois de envelhecer.
Dizendo ter que partir,
com abraço fraternal,
bem assim me despedi,
do confrade genial.
Chynae. O Poeta Solidário
Obs: As visitas aqui registradas, aconteceram em dois sonhos.