MINHA NAU

Sofrendo neste “vale de lágrimas”

Numa busca que não sacia

Navega minha nau errante

Em anos e anos de agonia!

Ela segue seu destino

Enfrentando os temporais

E quando vem mansa noite

Aninha-se em meio aos corais.

Ao romper de novos dias

Seu casco sempre revela

Marcas de suas disputas

Até mesmo em suas velas!

Extenuada de cansaço

Após este esforço homérico

Olhando o horizonte vasto,

Indago se não é quimérico!

E eis que vem branca nuvem

Em meio à fresca brisa

E me sopra aos ouvidos:

“Você não está vencida!”

“O mau tempo que te consome

vem seu trabalho fazer:

Torná-la firme e forte

Não se deve esmorecer!”

O mar que agora acaricia

Os açoites que já lhe dera

Mostra-se cheio de vida

A mais salina primavera!

E em suas espumas encontro

O retrato de alguém

A mostrar-me que não estou só

Que vale a pena ir além!

Estas lutas foram só o começo

Da minha grande jornada

De encontro a morada

Deste que caminha sobre as águas!

Buscando os rumos certos:

Oração e vigília,

Caridade e aprendizagem

E o evangelho como guia

Vou seguindo esta viagem

Minha nau, quanto mais velha;

Mais robusta me parece!

Cada marca, uma vitória;

Uma conquista acontece! São bênçãos

Respostas das minhas preces!

airamana
Enviado por airamana em 13/02/2010
Código do texto: T2085759
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.