TARDES PERFUMADAS

Passei por um jardim...

Que jardim!

Havia flores de todas as espécies.

O colorido fascinava meus olhos,

Ávidos por contemplar cada uma...

Tão lindas e perfeitas!...

O verde das folhas

Contrastava com o colorido,

Daquelas flores meninas,...

Que sentiam minha presença!...

O viço do frescor,

Aveludadas, de maciez intocável.

Umas altivas, orgulhosas...

Outras humildes, pequenas...

Havia também, observei,

Aquelas que chegaram primeiro,

Abrindo os caminhos

Da Rainha Primavera...

Por isso estavam cansadas,

Envelhecidas,

Alegres, porém,

Por terem realizado a tarefa

De enfeitar esta terra de Deus!...

O perfume era tão suave

Ao mesmo tempo tão forte,

Que desejei senti-lo todas as tardes,

As tardes perfumadas daquele jardim!...

Chamou-me a atenção,

Algo que os humanos distraídos,

Não se dão contas...

Aquelas flores eram

Lindas, perfeitas

Perfumadas, sedutoras...

Porque, o retrato

Do grande Artista,

Arquiteto de vida!...

Reprodução íntegra,

Do carinho, da ternura,

Do amor, da paixão...

Do grande Deus Criador!...

Tu, que passas todas as tardes...

Pelo jardim das flores,

Qual ligeiro Colibri...

E amante Beija flor!...

Sorva do cálice das flores,

Todo o mel,

Néctar da vida!

Sê puro, verdadeiro,

Sê humilde,

Sê fiel!...

Serás igual às flores,

Que vivem a morrer de amores,

Por ti que cheio de dores,

Passas pelos jardins,

Distraído, esquecido

De que as flores,

Da alma curam as feridas, as dores,

Provocadas pelas vidas

Que outrora tu viveste!...

Erga-te caminheiro errante...

Andarilho de uma vida sem rumo...

Olhe o jardim...

Tenha coragem, saia da inércia!

Ame reverente

A vontade do teu Criador!...

Sê como as flores,

Sem teto, sem agasalho,

Na simplicidade, no silêncio!...

De toda a natureza

Elas são a grande riqueza.

Perfumadas,

Meninas mimadas,

Primavera eterna...

De Deus Criador!...

Tu, que estás indeciso,

Faça como a Flor...

Sê humilde, submisso,

Sê alegre, tem Amor!...

De tua vida

Teu pensamento é o perfume!...

Tu também és uma Flor!...

Marllene Borges Braga
Enviado por Marllene Borges Braga em 28/01/2010
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