Trova I
Que eu esteja sempre atento em meu meio
E que nada que se afrouxa faça-me cair,
Pois minha matéria é feita de alerta!
Que por meio do ser visto, seja lembrado
E na função de rebuscar, que atrai os olhares também,
Pois minha matéria é feita de alarde!
Que a chama que me consome por dentro
Faça-me voltar às cinzas,
Porque do pó eu vim, ao pó voltarei!
Que a vida dos animais que se sacrificam e me sustentam
Seja digna do outro lado do véu da morte,
Porque sou feito de sua carne!
E que estas masmorras que por vias reconstruo
Não sejam o habitat retumbante do meu espírito,
Porque eu sou feito de poesia!