CHUVA DE VERÃO

CHUVA DE VERÃO

Não queria mais nada,

Apenas lápis e papel.

Escrever-te algumas linhas,

E mandá-las para as nuvens no céu.

Elas se tornariam pesadas,

Ao ler, ficariam chocadas,

E em lágrimas desabariam,

Libertando-se da tristeza.

Só a mãe Natureza,

Pode em si receber,

As dores, as mágoas, o pranto,

De nossa dor e desencanto.

Ao longe roncam trovoadas...

Serão nuvens ainda engasgadas?

Por minhas palavras sufocadas,

Ou estarão muito zangadas?

Façam descer em suave chuva,

As passagens mais desastradas,

Sob as paisagens devastadas,

E o solo da terra as receberá.

Estas lágrimas com muita ternura,

Irão abrandar a forte secura,

Que assola a região ,

Por ocasião do verão.

Bastavam algumas linhas,

Para um pouco desabafar,

Egoísta esqueci que outras sozinhas,

Almas, também repetem o mesmo gesto,

E as nuvens ficam insuportáveis.

Despejam em toneladas, toneladas,

A filtragem de nossas amarguras.

Temporais feios, devastadores,

Transformam-se em enxurradas,

Lavando nossas dores.

Retornam a terra tão ameaçadoras

Destruindo tudo arrasadoras.

Verdadeiras catástrofes são sinais,

Das transformações naturais,

Nenhuma mensagem especial

Descida do alto astral.

Não é castigo não é vingança,

Não percamos a esperança,

Na misericórdia do Criador,

Que se revela para nós,

Através de seus mistérios e amor.

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 05/01/2010
Reeditado em 06/01/2015
Código do texto: T2012640
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