CHUVA DE VERÃO
CHUVA DE VERÃO
Não queria mais nada,
Apenas lápis e papel.
Escrever-te algumas linhas,
E mandá-las para as nuvens no céu.
Elas se tornariam pesadas,
Ao ler, ficariam chocadas,
E em lágrimas desabariam,
Libertando-se da tristeza.
Só a mãe Natureza,
Pode em si receber,
As dores, as mágoas, o pranto,
De nossa dor e desencanto.
Ao longe roncam trovoadas...
Serão nuvens ainda engasgadas?
Por minhas palavras sufocadas,
Ou estarão muito zangadas?
Façam descer em suave chuva,
As passagens mais desastradas,
Sob as paisagens devastadas,
E o solo da terra as receberá.
Estas lágrimas com muita ternura,
Irão abrandar a forte secura,
Que assola a região ,
Por ocasião do verão.
Bastavam algumas linhas,
Para um pouco desabafar,
Egoísta esqueci que outras sozinhas,
Almas, também repetem o mesmo gesto,
E as nuvens ficam insuportáveis.
Despejam em toneladas, toneladas,
A filtragem de nossas amarguras.
Temporais feios, devastadores,
Transformam-se em enxurradas,
Lavando nossas dores.
Retornam a terra tão ameaçadoras
Destruindo tudo arrasadoras.
Verdadeiras catástrofes são sinais,
Das transformações naturais,
Nenhuma mensagem especial
Descida do alto astral.
Não é castigo não é vingança,
Não percamos a esperança,
Na misericórdia do Criador,
Que se revela para nós,
Através de seus mistérios e amor.