Não Choro

Depus o relógio sobre a mesa

Porque o tempo

O tempo já não importa!

Tenho pouco mais que a eternidade

Pra pensar em tudo que fiz

A terra guarda a vida em cada passo

Que se houvesse alguma contrapartida

Ela não se sentiria ofendida

Sentiria-se amada...

Mas o céu é como imensos olhos azuis

Quando chove é como se chorasse

E descarregasse a amargura da vida

Em sua chuva e em seus relâmpagos,

Que cai sobre esse solo!

Entretanto não choro

Vejo aquele reduto de amor

Aquela fronte descorada

Com toda palidez que o mundo permite

E ainda assim não choro

Beijo minha própria boca

E é sem sombras de dúvidas

o beijo mais honesto que já recebi...

Guilherme Sodré
Enviado por Guilherme Sodré em 19/12/2009
Código do texto: T1986136