O Mar e o Amar III: A Praia Urbana
Percorrendo a praia onde resido,
Vejo que dela só sobrou mesmo a praia,
A vegetação é pouca, ordinária,
A Natureza foi severamante suprimida,
Apenas existem alguns coqueiros, ainda.
O concreto apoderou-se de onde habito.
Os prédios, o calçadão, os bancos, tudo é tão belo,
Mas também tudo é tão tristemente artificial,
Tal coisa que foi fruto do "querido" avanço social,
Eis aí essa calçada de cimento poroso e amarelo.
Onde estão as centenas de frutíferos coqueiros?
Onde estão as aves e os diversos insetos?
A "Civilização" julgou que tudo isso não era certo,
E condenou toda a Natureza ao impiedoso fogareiro.
Percorrendo a praia onde resido,
Contemplo os altos prédios da elite recifense,
Que pouco se importa com o que existia no passado,
Com a mata litorânea que ia quase até a terra olindense,
Enfim, percorrendo a praia onde resido,
Constato que o ser humano foge de tudo que é natural,
E mergulha de cabeça num universo artificial,
A fim de que a sua alma encontre um falso abrigo.
Todos os Direitos Reservados pelo Autor.