MESTRE OCULTO
A caverna preenchia-se de mistérios,
Reclusa em seu mundo de fascinação...
Na pedra fria,
Como num trono de um castelo vazio,
Sentou-se o homem,
Tal qual um rei sozinho em seu reinado...
Formações interessantes ficou a observar...
Personagens que a própria ação do tempo formou...
Ali, à sua frente,
A figura de um ancião,
Cada vez mais nítida em seu esboço...
Gotas d’água pingavam num ritmo contínuo
E entoavam, como uma voz rouca,
Mensagens a percorrerem todo o ar:
“É natural ficar triste após um fracasso...
Mas há a tristeza dolorosa da ilusão rompida
E há a tristeza esperançosa de aprender com o erro...
Só essa última o fará levantar-se e tentar outra vez...
Por isso, não desanime...
Prossiga em sua caminhada...
Se a estrada for íngreme, reforce seus equipamentos...
Se o cansaço vier, procure um abrigo...
Mas, não desista...
Saiba que a vitória só ocorre para aqueles que não param no meio do trajeto...”
Aos poucos, a figura do ancião esvaneceu-se,
Desaparecendo por entre as rochas milenares...
Ficavam as palavras amigas
Por muito tempo ainda a ecoar.
E a caverna preenchia-se de mistérios
Que ninguém saberia explicar...