AMADA REGENERADA

'De mãos postas, à luz de frouxos círios'

Num jardim onde encantam rosas e lírios

'Rezas para as Estrelas do Infinito,'

Com o fervor de tua devoção bendita

'Para os Azuis dos siderais Empíreos'

Flui de dentro pra fora dos indivíduos

'Das Orações o doloroso rito'

Oriundo dos arquétipos mitos

'Todos os mais recônditos martírios,'

Sofridos e escondidos em conflitos

'As angústias mortais, teu lábio aflito'

Balbucia sua fé pelo suave hálito

'Soluça, em preces de luar bonito,'

Pedidos aos deuses do Olimpio

'Num trêmulo de frases inaudito.'

Onde se percebe pureza incontida

'Olhos, braços e lábios, mãos e seios,'

Com a sensualidade a perder o freio

'Presos, d'estranhos, místicos enleios,'

Tudo se farta e completa pelos meios

'Já nas Mágoas estão divinizados'

Dignidade pelas lágrimas regenerada

'Mas no teu vulto ideal e penitente'

Ainda versa em versos salientes

'Parece haver todo o calor veemente'

Que nunca deixou de ser carente

'Da febre antiga de gentis Pecados'

Por onde se contorceu o ser amado.

Dueto: João da Cruz e Sousa, Poesia Completa & Hildebrando Menezes

Adaptado do poema original ‘REGENERADA’ com os versos de

Cruz e Sousa em aspas.

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 10/10/2009
Código do texto: T1859048