O prazer da alma

O prazer da alma

O prazer que me lava a alma

Não me faz necessário aos demais

Toda vez que eu chego em minha morada eterna

Algo de ruim me espera

Algo defronte de mim me fala que nada acabará bem

E que o mal que plantei só me faz edificar coisas ruins e inóspitas

Inesperados seriam meus sentimentos se eu não pudesse caminhar mais ao teu lado ó senhor das sombras eternas

O bem que me fazes não é reconhecido pelos demais

Os irmãos que se dizem da LUZ

Os que caminham em uma falsa esperança de fé e amor

E colocam-se sob o julgo de suas verdadeiras carnes e intenções vis

Maquinadas por suas mãos e mentes ensandecidas pelo pecado negro e mortal

que os afasta cada vez mais de sua fonte original

a fonte do caos

que liberta e lava

que geme e brame

que pragueja e abençoa

tudo ao meu redor se resumiria ao nada

se eu continuasse no caminho onde andava

tantas e tantas vezes recusei adentrar dentro de meu ser

mas só hoje vi o quão generosa a sombra é para comigo

ela me faz ver o mal em cada ser

e me protege de seres maléficos e obscuros

a balança que recai sobre a minha cabeça

diz respeito a tudo o que já vivi e senti

cada pecado consumado

cada ato perpetrado

cada vida não vivida em um mar de flores negras

as palavras que são apenas palavras só servem para alimentar o meu ego

vaidoso e todo cheio de si

que contamina cada vez mais metade e metade da humanidade inteira

caindo na ilusão de que tudo está bom e certo

corre o sangue dos justos pelo mundo

e eu sentado me meu respaldar gelado

penso sobre as coisas da vida e da morte

gemo de dor ao escutar o grito da vida

pelo seu alto grau de orgulho e presunção

por se achar mais poderosa do que tudo

e de se esquecer

que um dia já foi o mais legitimo Caos

embrião funesto e pálido da criação

ordem de despejo que me leva ate as estrelas sagradas e infinitas

palavras de poder que me trazem angustia e aflição em horas inesperadas

coisas e fatos arrogantes que te fazem acreditar cada dia mais nas aventuras de todo o ser

corto todas as flores de meu jardim mesmo vendo que elas já são em preto e branco

e de dentro delas

sangue sem ar...

Rônaldy Lemos
Enviado por Rônaldy Lemos em 24/06/2006
Código do texto: T181284