GENTIL SENHOR
Quem fostes tu, Gentil Senhor,
em outra era?
Inverno ou primavera?
Algoz... Ou foi perdão?
Creio eu, gentil senhor,
Fostes mesmo um algoz,
Fizestes as Leis com tua voz,
maltratastes a tantos que o serviam,
Pobres, humildes; Não mereciam;
Pagastes o amor com teus maltratos,
Não deixastes do amor nem um só rastro,
Não conhecestes o amor, de fato,
Fostes rude , perverso em teus atos,
Levastes a dor a tantos filhos de Deus,
Não perdoastes, sequer, os filhos teus,
Mero sandeu, triste tirano,
Não notastes, mas tua vida foi um engano.
e então, Gentil Senhor,
que o orgulho e a tirania
como tudo acabaram-se um dia,
e à que serve teu orgulho
em outra esfera?
Se apenas as mazelas
te fizeram entender a própria insânia
revistes das sombras tua infâmia;
chorastes, quizestes voltar atrás...!
É Gentil Senhor... tarde demais!
sofrestes eu sei, dores cruéis
De tua riqueza insana,
imensa e desumana,
não levastes dedos, nem anéis.
Bem vindo, Gentil Senhor ao lar!
Voltastes eu sei, já consagrado,
pobre, humilde, humilhado;
de teu, restam apenas as mazelas;
Serves hoje à um daqueles
que o servia (doce ironia)
e a quem tanto maltratastes,
é... Gentil Senhor!
As vidas são de contrastes,
tens hoje por direito a sonhos,
pequenas aquarelas...
São por tanto coisas belas,
já andas em bom caminhos
por este lado, certamente!
Fostes perdoado.
Por tanto Gentil Senhor
siga em paz tua querela,
por que em fim... és primavera