CORPO E ALMA
castiga o vento
a folha morta que cai,
e longe,
levada por essa força,
dança sua derradeira balada
antes de retornar à terra,
essa folha desvalida.
Os ventos da Divina Justiça
também levam a beleza
da matéria do corpo,
mas a alma espia
nessa prisão voluntária
as culpas oriundas
de passadas vidas.
E, por fim, o vento da morte
carrega o espírito, devolvendo-o,
qual folha solta
da árvore da existência,
à sua pátria prometida.