Não te conheço

Alguém bateu a porta de minha casa,

não atendi, quem era, errou endereço.

Seu ser, não me importava,

aparta-te de mim, não te conheço.

Aquele ocorrido, quase nem me lembro,

havia alguém aflito, agonizando o fim.

Era só mais um, como muitos, sofrendo.

Deixei pra lá, ele não precisava de mim.

E as palavras daquele bondoso senhor,

conselheiro forte, tocou meu coração,

mas, não dei ouvidos, nem valor,

até esqueci na vastidão.

E veio-me a fúria então,

o tão inesperado sofrimento.

Procurei a recompensa, pelo irmão

e a plenitude egoísta do reconhecimento.

Bati a uma porta, cheio de mim, ninguém veio abrir,

dei um grito de desespero e em tropeço,

uma forte voz la de dentro pude ouvir:

- Aparta-te de mim... Não te conheço.