Incomensuráveis são Seus feitos Senhor!
Há um universo de cores que jamais vi,
uma porção tão surpreendente de mato que não cheirei,
são tantos rios, mares, oceanos que nem passando a vida toda poderia percorrer, cada corredeira, cachoeira, nascente.
Meus olhos que são sempre tão atentos a tudo,
que infinidade de belezas desconheço,
quantos sons meus ouvidos não ouviram,
quantos acordes dos cantares náuticos,
dos ventos, das calmarias, dos animais se perpetuando.
Minhas mãos, oh minhas mãos! Quantos veludos, espinhos,
quantos carinhos, peles suaves, ressequidas,
pedreiras, areais ou dunas, deixou de tocar...
Pense nos detalhes, tente imaginar, a enormidades dos interiores
humanos, de cada célula, átomo, a grandeza do sol.
Incomensurável Seus feitos Senhor!
Quem sou eu senão o pó?
E na jangada da vida tenho eu o meu lugar não por ser merecedor,
mas por me amar sobremaneira.
E então em poesia, tento retratar minha pequenez,
o Seu amor que que flue em mim, de mim
com ousadia ou dom que me concedeu.