SONETO ANDARILHO
Pela estrada afora minha alma errante some,
Sob o prenúncio rubro de uma nova aurora.
Ouve-se o soluço fundo de alguém que chora
Desesperadamente a repetir meu nome.
Mas, como uma fera, meu ser não há quem dome,
Pois tenho a necessidade de ir embora
Pela estrada afora, pela estrada afora,
Morto de frio, morto de sede e de fome.
Descortina-se no horizonte o arrebol,
Lança seus dardos ardentes o rubro Sol,
A madrugada para o Infindo vai-se embora.
Não há quem dome esta necessidade minha,
E pela estrada afora minha alma caminha
E segue caminhando pela estrada afora...
Vagner Rossi