Os anjos amam.
Meu elixir está vazio,
Sem tal poção, não disfarço minha frouxidão.
Sigo um vulto, não tenho destino.
No preto e branco, espero o renascer da cor.
Pasmo molesto, anêmico de amor.
Perto da pane, esvaecido pro vôo.
Grito pedindo teu efeito lenitivo pro tormento lancinante.
Mas, por fim, é só um piado no profligar de um padecente.
Na fantasia, miro o alento no horizonte.
Vejo o retrato da minha estrela configurado ao sol poente,
Que pra minha energia, tua luz rainha é fonte.
Na cachoeira de um rio nascente, a dor expresso.
Vasculho ali por teu reflexo.
Tomado no tempo. Tocado pelo vento,
Que, no deformar do vórtice com pétalas,
Vem para insinuar as tuas asas.
Do céu, ainda hei de ter sustento.
À espera, já no próximo aposento,
Da missão cumprida do saber enriquecido.
Ao vasto eterno esquecido,
pelos pedaços do finito,
Nada nos leva ao elo rompido.