MORTE NA ATMOSFERA
Em uma poltrona confortável
Em uma enorme aeronave
Vou, sem saber, para meu fim
Mas, ora, eu já tanto voei!
A essa altura considerável
É impossível imaginar-se
Estar em perigo. E assim,
Sem receio, me desatrelei
Esquecendo o inevitável
Filho dileto da realidade
Desconhecida para mim
De que eu sou um meio
No transporte confiável
De uma grande sociedade
Que respondeu sempre sim
A tudo que eu perguntei
O vôo prossegue estável
Mas de repente me bate
Um pensamento ruim
Ao sono, então, eu apelei
O destino inexorável
Esperava-me em verdade
Ao me tocar, eu o senti
E nunca mais acordei.
18-06-09
nINFEIA G