A escência de tudo
Atrás de todo o muro de Berlim
Ou dentro de um castelo medieval
Conserva-se um enorme universo
Infinito saco sem fundo
Sem areia, sem secura, mas deserto
Pensamentos se dissolvem como auróra boreal
Coloridos e flúidos, aleatórios
Mas pensamentos não são água para se beber
Tão longe de formar a vida
Veja só, se penso e existo
Penso que não penso nada
Mas penso, e não existo
Atrás de toda a câmara secreta
Ou embaixo do boeiro mais sujo
Pode-se encontrar um tesouro perdido
A passadeira da criança que já se foi
Uma prisilha de borboleta, um diamante
Um espírito
Corro contra o passado
Nunca encontro o futuro
O presente eu não vejo, atrás do muro
Onde eu realmente estou?
Talvez caindo infinitamente na falta de gravidade
Ou é o peso da consiência que me puxa para baixo?
E nunca chego a uma definição do que é
Do que isso é, do que sou
Vejo um gato egípsio encostado no túmulo
Guardando um morto que já fugiu de lá
Debaixo do magma da terra
Ou entre as placas de divergência
Quem estoura não é o Vulcão
Mas o sentimento de algo novo que está por vir
Quem sou eu para não acreditar
Naquilo que as pessoas chamam de planeta?