VIDAS PASSADAS

Vidas passadas

Encerram no âmago da memória

Tentando ocultar a verdade

Comprimindo os fatos da história

De sua antiga e longa trajetória.

Até que uma nova semente

Ao florescer em novo ente

Possa trazer para o presente

O difícil caminho do recomeçar.

Após acesa a chama da vida,

Aos poucos o conhecimento

Adquirido no distante pretérito

Começa a iluminar esparsamente

Os cantos ainda obscuros

As nuances massacradas

Pela insensata inconsciência

Aos poucos começam a clarear

Se examinadas a luz da realidade

Estas peças ao serem revistas

Voltariam a ser poeira ao vento

Átomos no mar do esquecimento

Sem brilho, sem cores determinadas.

Vivem na penumbra ofuscadas

Não podem ser postas ao lume

Perigando ser adulteradas

Olhos notívagos brilham ao luar

Espiam velados as almas passar

Tentando qualquer uma capturar

E em turbilhões a embrulhar

Para depois jogá-las ao léu

Para que perdidas vaguem

Por escuros caminhos errando

Sem direção pelos descaminhos

Sem que possam encontrar jamais

O verdadeiro repouso e conforto

Que amadurece e lhes faz

Encontrar finalmente a paz

Quis o Criador em sua inteligência

Que o homem em sua ciência

Não possa dispor da lembrança

De toda a sua eterna existência

Dando a cada pequeno capítulo

Do enorme livro da vida

O necessário tempo viver

Entre os intervalos esquecer

E analisar com desapego

Sem pressa e nenhum atropelo

Transformando o passado erro

Em provável e futuro acerto.

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 14/05/2009
Código do texto: T1594642
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