Mascaras descoladas
Nos tempos em que se homenageia o Pai
no semblante solidàrio das almas irmäs,
vagando pelo vestigio de bençäos, cantai
com muita alegria o reviver das chamas!
Aventureiros dos desertos deste mundo,
atravessando pelagos a fio, crepitantes,
permanecemos sublimes anjos celestes,
que o Magnifico criou do amor profundo!
Beijaremos a face do divino majestoso,
pelo toque da minha na outra mao amiga,
dignificaremos a nossa casa, o Universo,
perfeito paraiso santo que a todos abriga!
Mal saidos d'um ontem ainda inacabado,
seguiremos unidos em marcha unissona,
nosso cântico predizendo algo inesperado,
eternamente nos elevarà ante o Pai-divino!
Mesmo tudo ruindo a po de febre insana,
vastidäo misericordiosa expandirà o amor,
enquanto a ascese ora na missäo soberana
descolam-se màscaras nas almas em flor!
Oxalà nosso passeio longo e deslumbrante,
infinitamente perdure à formosa eternidade,
perpetuando abraço nas almas de viço rente,
aqui chegadas para desnudar toda a verdade!
Toda treva abstêmica de Luz sucumbirà afinal,
porquanto quando foi aberto o extenso portal,
que em banho celeste balsamico nos garante
um futuro de glorias dentro de nos presente!
Adeus às mascaras dos rostos descoladas
na quietude santificada de noites estreladas,
oh Deus meu!, Alma das Almas, invulneràvel
que a tudo subsiste e tudo torna formidàvel,
consente fazer d'alma minha a sagrada pira,
ond'o Mistério da eternidade sentir flameja!,
transfigurada num anjo sublime que suspira
entre sorrisos chorados e em sonhos sobeja!
Virginais flores,estrelas,sois,sons!floresce
encanto misterioso que do favo celeste desce,
também vestida a minh'alma em castidade nua
em leves lirios castos flore,sorri e flutua!
Tirados os vultos do meu peito, na escuridäo
brilha a luz e nao hà mais um chäo sem chäo;
doce revoada libre sao leves passos misicais
ao meu sonhar predestinado, ais nunca mais!
Grenoble-Fr-18/05/2006