AO LONGO DA ESTRADA

Ao longo da estrada

Alguns caminhantes reunidos ,

Buscavam alimento encontrar

A sede saciar e do atalho sair

Onde perambulavam perdidos.

Através da estrada poeirenta

Estendia-se uma cortina cinzenta

Vários fantasmas disfarçados

Usando trajes feios macabros,

Com terríveis ardis armados,

Assaltavam os viajantes desavisados,

Ensaivam tudo as escondidas,

Ruminando maldade em suas investidas.

Carregavam a atmosfera

Com pesado gás mortificante

Que exalavam ao reviver

A dor dos que haviam massacrado.

De golge em golpe,

Bebiam a seiva do ódio

Com voracidade tenebrosa

Que a própria natureza

Se fazia temerosa

Destes monstros agitados

os golpes, os assaltos combinados,

manchavam as puras nuvens

que assombradas fugiam

por trás do horizonte.

Surgindo além impregnadas

Terrívelmente carregadas

Transmutadas em trovoadas

Raios fortes, trovões,

Barulhentos como vozes de vulcões

A cospir e vomitar fogo, brasas.

Dando finalmente vida

Aos monstros do despeito

Recém-nascidos dos filhos da inveja

Unida ao orgulho ignorante.

Alguns passantes se assustavam

Outros ouviam vozes,

Murmúrios, susssuros, lamentos

Sufocados no triste vento

Enterrados nos túmulos abandonados

Ao longo da estrada.

Não ollhes para trás,

Pois olhos agourentos

Te cobiçam com desejo sangrento

De te sugar até o último sentimento

Apagar o sopro de tua respiração

Deixar-te apenas carcaça ao relento.

Pobres seres aprisionados

Nas teias de terríveis verdugos

Lutam, debatem, revolvem-se

Em pesadelos muito escuros.

Ao longe querem vislumbrar

As fileiras de apoio dos que se foram

Marchando, enfileirados em direção

Aos raios de luz do sol maior.

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 06/05/2009
Reeditado em 06/01/2015
Código do texto: T1579967
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