ABRIGO TEMPORAL
ABRIGO TEMPORAL
Do pó é sua origem
E também o seu destino
Pode revestir um douto
Da mesma forma um cretino
É oceano
De um ente submerso
Há quem se confunda com aquele
Desconhecendo ser diverso
Embala todas as raças
Usando a mesma estrutura
Cor de pele variável
Em diferentes molduras
Sonâmbulo da essência
Que dele se reveste
Mesmo assim influencia
Em tudo que ela se mete
Quem o usa consciente
Trata-o com carinho
Pois sabe que é um abrigo
Temporariamente seu ninho
Quem com ele se confunde
Desconhece sua função
É cego guiando cego
Em uma jornada em vão
Da forma adequada
A quem será destinado
Um se sente bem vestido
Outro totalmente algemado
Vestimenta apropriada
A uma jornada particular
De ser único escolhido
Sem direito a permutar
Assim pode ser moradia
Bem como uma prisão
Pra um deve ser castigo
Pra outro motivo de redenção
Morada da consciência
Que vem pra condição humana
Abriga desde a angelical
Até aquela profana
Recebe energia suficiente
Para a incumbência programada
Mas usado de forma incorreta
Desintegra-se na hora errada
Tem duração de uma vida
Que a providência determina
Quando assim acontece
Cumpre bem sua sina