ABRIGO TEMPORAL

ABRIGO TEMPORAL

Do pó é sua origem

E também o seu destino

Pode revestir um douto

Da mesma forma um cretino

É oceano

De um ente submerso

Há quem se confunda com aquele

Desconhecendo ser diverso

Embala todas as raças

Usando a mesma estrutura

Cor de pele variável

Em diferentes molduras

Sonâmbulo da essência

Que dele se reveste

Mesmo assim influencia

Em tudo que ela se mete

Quem o usa consciente

Trata-o com carinho

Pois sabe que é um abrigo

Temporariamente seu ninho

Quem com ele se confunde

Desconhece sua função

É cego guiando cego

Em uma jornada em vão

Da forma adequada

A quem será destinado

Um se sente bem vestido

Outro totalmente algemado

Vestimenta apropriada

A uma jornada particular

De ser único escolhido

Sem direito a permutar

Assim pode ser moradia

Bem como uma prisão

Pra um deve ser castigo

Pra outro motivo de redenção

Morada da consciência

Que vem pra condição humana

Abriga desde a angelical

Até aquela profana

Recebe energia suficiente

Para a incumbência programada

Mas usado de forma incorreta

Desintegra-se na hora errada

Tem duração de uma vida

Que a providência determina

Quando assim acontece

Cumpre bem sua sina

ANTÔNIO RIBEIRO
Enviado por ANTÔNIO RIBEIRO em 29/04/2009
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