OS MISERÁVEIS

OS MISERÁVEIS

Onde um leve sopro de vida respirar,

Certamente irás encontrar entre tantos,

Alguns meio mortos, errantes, deslizantes.

Não faça juízos errôneos, sem conhecer.

Pobres, coitados, os miseráveis.

Sobrevivem, mergulhados no pântano.

Na escuridão profunda cheia de pranto

Assustados, esquecidos de si mesmos.

Lutam, se desesperam, e afundam

profundamente com sua revolta

que não os ajuda a safar-se

da profunda lama que os encharca.

As sombras imensas da floresta nefasta

Gela as entranhas, da coragem os afasta.

Que horrendos crimes cometeram?

Que terríveis castigos merecerão?

Pobres, coitados, os miseráveis

Em seu desespero e revolta, se debatem

Mergulhando cada vez mais fundo

Suas almas geladas emudecem

Ah! Se pelo menos soubessem

Que a luz do amor entontece

As trevas, e a escuridão desaparece

Quando apenas uma pequena chama

Se acende a alma logo se aquece

Ficariam quietos em forte prece

Ganhariam à coragem que carecem

Para ver adiante além das culpas

Que se impõem, além dos delitos.

Que nem chegaram a ser cometidos

Pobres, coitados, os miseráveis.

Sempre se sentem tão ofendidos.

Se lhes faltasse o pão que sustenta

A água que complementa e abastece

Já estariam mortos, fulminados.

Não tendo norte que orienta

Não sabem o próximo passo

Nada, enfim lhes contenta.

Nem maiores riquezas, nem esplendor.

Nada lhes serve como oferenda.

Acostumados a chorar miséria

Sofrem conformados, sem buscar.

Sem querer encontrar uma escolha

Sem tentar viver de outra forma

Seguem pelos séculos empedernidos

Aprisionados ao negro lamaçal

Nas profundezas de suas idéias

Nebulosas e distorcidas da realidade

Vivem reclusos sua infelicidade

Com seus lamentos, e tormentos.

Clamando em vão, aos quatro ventos.

Socorro urgente para tanto sofrimento.

São pobres cegos de olhos fechados

Sem coragem, sem fé, sem esperança.

Revoltados e cheios de ignorância

Os pobres coitados sonham com a abastança.

Se apenas soubessem

Que o amor em sua abundância

Oferta a todos a maior riqueza

Com sua luz, e sua pureza.

Abririam os olhos e enxergariam

Com alegria a beleza do sol

A aurora de um novo dia

Se apenas soubessem...

A miséria jamais os sufocaria.

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 04/03/2009
Código do texto: T1468545
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.