Oratium nobilis
Oratium nobilis
Devaneios me fazem subir alguns degraus da consciência.
Participo de rituais mais simples onde só me resto!
Nenhuma extrema mágica, nenhum milagre ou alucinações!
Danço parado e canto interno minha alegria e minha tristeza.
Em infinito azul ergue-se o altar em nuvens desenhadas.
Onde deposito meus encantos, um sorriso e meu encontro.
Entendo que neste momento, o corpo se fez alma, leve e tênue.
E se banha em cristais líquidos, jorrados daquele altar.
Persegue-me ainda todo o passado e seu exercício de lembranças.
Ao toque de um raio desprendido do sol abre-se meu coração.
Por onde passa apenas novos aconteceres em direção ao futuro prometido.
Afoga-se então todo o passado, em desespero e tentativa de retorno.
Religo meus sonhos à realidade e descubro cada passagem.
Dos apontados pecados, que não cometi, bem sei eu, e no ritual isso basta.
Não há preparações, horas ou dias, exige-se só brincar.
Que as crianças e os velhos ainda nos ensinam, como simples meditação.
O templo se constrói com aromas novos e flores eróticas!
Onde comungo muitos abraços, beijos e carícias prolongadas.
Ali te reconheci em olhares, ainda que escondida pelo véu da mágoa.
Quando do suave encontro de nossas mãos, surgiu em brilhos o futuro prometido.
Jaak Bosmans 22 de janeiro de 2009