In Verso Pra Pensar

As horas que se fazem me perturbam

mando-as a outro lugar pra que sucumbam

E fantasio a vida sem relógios nem batente

Livres sonhos que fagulham na alma latente

As horas que se perdem me alucinam

perecem nas coisas que ensinam

modernas horas de eterna alucinação

momentos insanos de lasciva perdição

As horas que se dizem bem-aventuradas

sufocam as mediocridades apaixonadas

deixam pendentes as corrosivas queixas

enfeitiçadas com os olhares de gueixas

As horas que batem na subservência

lembrando a amarga persistência

perpassando mais árduo exercício

revelando faces em malogro benefício

As horas que se doam sem pensar

cobram as dores de não poder perdoar

encobrindo as aventuras malfadadas

execrado das vidas maldiçoadas

As horas que falam por si só

cedo ou tarde viram nuvens de pó

mortificando os sentidos algozes

adormecendo gigantes ferozes

As horas,ah! Ora, "por quem sois?"

se não um acerto que fica pra depois?

derrapando nas vidas, em sutileza

atropelando caminhar da natureza!

NENINHA ROCHA
Enviado por NENINHA ROCHA em 17/04/2006
Reeditado em 17/05/2006
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