A chuva veio mansa
Pingos breves e calados
Brilhantes lágrimas em estranha dança
Refletiam em meus olhos ofuscados.
 
Muitas vezes de tristezas adornados
Outras, de suave e trepida alegria
Angustias ali sempre colocada
Vibrante felicidade que os coloria.
 
A arder de raiva algumas vezes meu peito
E você sempre lá, rápido e precípete
Nas noites coléricas a rolar no leito
Era você que em terno langor me acudia
 
Chuva agora forte, quase insana
O coração de um chorar triste, estrídulo e terrível
Pensa estar em loucuras ufanas
E você me socorre nesta noite temível
 
Minhas dores de alma, já sentidas
Transforma-me em espectro de gente
Minhas faces em lágrimas consumidas
Sua presença magnânima já latente
 
Percebo que quando a tristeza em mim aporta
E as luzes levam as frias névoas, fico dormente
Vejo a imagem formosa a abrir uma porta
Vejo-te face a face Jesus, Senhor bendito
 
A aquietar meus temores, e eu sem medo.

sandra canassa
Enviado por sandra canassa em 22/01/2009
Reeditado em 25/02/2009
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