Cavaleiros do Céu

(Sic itur ad Astra – Assim se vai aos Astros)

As trevas não existem quando relâmpagos cortam a escuridão.

Os destemidos cavaleiros, guiados pela energia divina, cruzam o portal entre o sonho e a realidade.

Oniscientes e grandiosos levam amor, misericórdia e bondade

As rosas nascem entre as reluzentes e graciosas estrelas

Orinocos e ciprestes, ao vê-las, espalham raízes de proteção

O tropel melodioso, entre harpas e oboês, encanta o líder Miguel.

Sete Arcanjos, Velozes Ângelos, Sublimes Mensageiros abrem os infinitos vitrais do Céu.

Iluminado, um cavaleiro percorre sozinho o longo caminho.

O vento na noite alta move os extensos trigais

No ruflar das asas, a anunciação da presença dos guias espirituais.

A lua curiosa chega perto e resplandece no elmo cerrado.

O ar impregnado pelo odor do jasmim transforma o corajoso cavaleiro em nephlin .

Ele rompe o casulo da prateada armadura e ergue a espada de Azoth em incansáveis exaltações...

Hierarquias celestes acompanham a descoberta do Livro das Revelações.

O dia e a vida de idos tempos amanhecem sob o novo Sol

Na pé da gruta, a luminosidade cresce mostrando o perene arrebol.

A energia cósmica resplandece no elmo agora dourado.

O cavaleiro se ajoelha, vendo Miguel e os Sete Arcanjos nos domos da Montanha..

Bem perto, ao seu lado, pela entranha do sonho e da realidade

O Santo Graal, o Cálice Sagrado. O Amor, A Harmonia, A Paz Celestial, a Misericórdia e a Bondade.

Nota do Autor –Azoth é a transliteração de um termo persa e árabe sufi para a palavra “essência” , qualidade interior, chave significativa de transformar a natureza do Homem. Este portal com fios de alquimia muitas vezes oculto, segredo e proibido, de acordo com os sufistas, provêm da mesma raiz consonantal que “pedra”, constituindo-se, portanto, na Pedra Filosofal. Esta chave foi usada por Paracelso em seus trabalhos médicos, astrológicos, alquimistas e filosóficos até 24 de setembro de 1541, quando morreu aos 48 anos de idade, assassinado por inimigos em Salzburgo.