O vigoroso símbolo da fertilidade
Entrefunhando no buraco quente e lodoso
As pernas entreabertas caminho promíscuo da maça proibida
Onde moram os prazeres da carne que tem sede
Entontecendo os corpos, de vazio espiritual
Que se entregam na voluptuosidade da luxuria
E se satisfazem no gozo gritado e doído
Das fêmeas
No furor do sexo tangível e suado
Corroendo as entranhas dos sentidos
Retorcendo os pilares do êxtase
Na busca eterna da staifação do amor
O movimento mecânico bombeando prazer
Nas ondas cerebrais para dentro dos seres
Cunha rachando os corpos aquecidos
Sentimentos confusos de dominação
sob a sanha da ambiguidade
No cio crepuscular rodopiando os corpos
Correntes elétricas na espinha dorsal
Incendiadas pelos hálitos molhados e lúdicos
Gemidos, línguas e corpos
Cabelos emaranhados de suor, salivas
Poros abertos exalando o sexo
Nos lençóis retorcidos, descompostos,
Corpos nus, paredes nuas, almas nuas
Corações arrebentando dentro do peito
Olhos vidrados, ventas abertas,
Rotações alteradas, entranhas em brasa
Languidez, abandono e delírio
Cio vertiginoso dos potros
Pelo anseio a instigá-lo
No culto pagão de todo corpo que se entrega
Ao frenesi lascivo da posse
Deus certamente está presente
No útero inchado recebendo a herança da vida
Sêmen, óvulos e genes fundidos a fogo
Onde deita-se o gozo estrebuchado dos corpos
E da gênesis consubstanciada cosmicamente
Assim se auto preserva a humanidade
e a população dos bichos
Sob o júbilo da natureza
e a inveja dos deuses sem corpo.