Calada Noite
Soam como tambores
Os relâmpagos em trovões...
Na escuridão dissipam-se os temores...
Aproximam-se os vinte gatos
Mariposas em vôos rasos
Chamado e invocações!
Venham seres alados
Espectros espirituais
Venham de todos os lados
Fadas, anjos e elementais...
No ritual do globo azul,
As mãos estendem-se ao Sul
Vibrando vida aos mortais!
Não existe um ser Entrante...
Entrante é capacidade...
Entrem no ser compartilhante,
Que desconhece privacidade,
Pois entra em qualquer corpo.
Por mim passa um morto...
Pois a morte é banalidade...
Entre os suspiros dos gatos,
Os uivos dos cães,
Seguem-se os translatos
Entrega-se em mutações,
Enquanto todos dormem...
Na calada sedutora...Envolvem
Sinais e revelações!
E a Lua ali faceira
Não é idolatrada...
Participa da clareira
Entre nuvens embalada...
Segredos manifestos na calada,
Pela noite à fora festejada...
Híbridos em serenata!
São Paulo, 14 de Novembro de 2008