EU CREIO
Como não acreditar num Deus
cujo nome permanece
em meio ao caos dos séculos,
na poeira cósmica do big-bang,
há anos-luz do nada inicial?
Como não acreditar num Deus
cujos sinais estão por toda parte
como parte de uma assombrosa
inteligência, nada comparável
a do homem mais inteligente?
Como não acreditar num Deus
que mantém planetas em órbitas,
que cria estrelas e nebulosas,
sistemas solares e cálculos matemáticos
tão perfeitos quanto o corpo humano?
Eu creio, e ainda crerei
por mais que homens
inteligentemente imperfeitos
digam que não.
Não me envergonho
em confessar minha dependência
e minha mais completa ignorância
além daquilo que não sei.
Oh, Deus, onde estão
os homens inteligentes,
aqueles que te mataram?...
- Todos morreram,
de Nietzsche ao comunismo.
Mas ainda ouço Tua voz,
das estrelas mais distantes,
nos momentos mais difíceis
a me confortar...
Por isso, eu creio.